domingo, 28 de setembro de 2014

Em casa depois de 23 dias na estrada.

Pessoal, primeiramente bom domingo, estamos em casa depois de bem aproximadamente 10.000 kms rodados em nossa maravilhosa América do Sul.

O Blog

Tive alguns questionamentos a respeito do blog e vou explicar: Acontece que eu como marinheiro de boa viagem tive a ideia de levar um Notebook que ganhei em uma promoção da vivo, pois assim se tivesse problemas de queda chuva etc. não teria problemas. ( mero engano ).

Antes do meio da viagem ao tentar baixar as fotos percebi que a memória não era o suficiente e o $¨&()¨&¨¨ do computador começou a travar e não me permitiu nem mesmo concluir o que já tinha começado.

O Adilson prontamente me emprestou o computador dele para que pudesse fazer várias publicações (quase todas ) e assim seguimos. Acontece que nem sempre nossos horários batiam e fiquei meio envergonhado de ficar toda hora incomodando.

Outro detalhe foi que também merecia um belo descanso uma vez que para finalizar o diário como queria e escolher as benditas fotos demorava em média 2 horas de uma noite extremamente curta e valiosa.

Por último, na viagem com muita gente, como foi essa, acontece muita coisa sobre várias óticas diferentes e postos de vista também, então ao relatar o ocorrido no dia como fazia na maioria das vezes, sozinho, acabava por colocar o que tinha visto, sentido e acabava deixando, algum detalhe de fora ou deixando de comentar de alguém, o que e causou muito desconforto.

Na verdade o blog Envelhecendo na Estrada foi criado por mim Ale Cripa, para relatar o dia a dia na estrada sob a minha opinião, acabei por divulgar no Face e a partir de então os acessos cresceram e as pessoas pedem para mais detalhes e o que era pra ser um pequeno registro da viagem do ¨Alexandre ¨passou a ser do grupo. Porém, como nem todos estão dispostos a sacrificar suas noites de descanso escrevendo o que aconteceu no dia ou não tem facilidade com a informática e nem paciência para ficar horas e horas esperando para subir uma foto, preferi não pedir emprestado, não deixar ninguém magoado (por não ter sua foto publicada) ou seu ponto de vista deixado de ser exposto não publicando mais nada no blog.

Dos companheiros de viagem.

Já tinha ouvido falar, inclusive meu amigo Cezinha sempre diz:  “A melhor forma de se perder uma amizade é viajar junto”.
Na verdade as palavras são muito sábias e sempre que planejada uma viagem, este deve ser o principal critério para um total sucesso.

Não foi nosso caso mais, são pessoas de idades diferentes, com histórias diferentes, comportamentos diferentes, condicionamento físico parecidos como podemos ver nas fotos, Rs.  todas com muita bagagem de vida e costumes que levam ao longo da viagem. Só para esclarecer: um acorda cedo, outro tarde, um se apronta rapidamente, outro demora e por aí vai. Sem contar a vaidade que acho que é o principal problema de toda entidade ou grupo.

Isso não faz a menor diferença em um almoço ou em um final de semana, mais em uma viagem de 23 dias....Ah, aí o bicho pega e um simples atraso no horário ou uma saída antes do previsto torna-se quase uma sentença de morte.

Fomos viajar em 8 pessoas e se for contar os dias que não saiu uma pequena discussão acho que não houve. Porém dentro do possível tudo correu na mais perfeita e justa ordem. sem nenhum óbito. kkkkkk

Os Veículos:

Outro componente primordial para a viagem é a escolha de veículos que minimizem o maxímo a perda de tempo com problemas e também acidentes que é o que mais nos preocupa. Este quesito foi tirado de letra, foram escolhidos veículos certos para a viagem. Uma Toyota Hilux SW4, uma Nissan Frontier cabine dupla, uma motocicleta Kawazaki Versys 1000 e uma motocicleta BMW R 1200 GS. todas se comportaram muito bem apresentando apenas pequenos problemas normais da viagem. No meu caso a pastilha traseira da GS simplesmente acabou, na Kawazaki um retentor de bengala vazou não impedindo de rodar uns 3000 kms vazando óleo. No caso da Frontier a Tampa da Mala que soltou e na Hilux, um espelho restrovisor quebrado por conta de uma garagem super apertada e uma pitada de barbeiragem. kkkkkkk. ¨todos resolvidos sem ter que interromper ou sair do nosso roteiro¨.


Os Gps:


Na viagem todos optamos por utilizar Gps da Garmin o que nos trouxe muita tranquilidade sem falhas, apenas para o modelo Zumo 350 que utilizamos nas motos não oferecia a opção do mapa para a Bolívia, já os utilizados pelos amigos Adilson e Carlão funcionaram em todos os lugares sem problemas. Fora das grandes capitais o gps deixa a desejar e se comporta de uma maneira estranha, o que facilmente pode ser substituído com o velho ditado ¨quem tem boca vai a Roma¨e não deixávamos por menos.


Os equipamentos:

Dentro dos veículos a temperatura variou em média 1 grau em relação ao que estamos acostumados em Sampa o que comprova que o ar quente e o ar frio devem estar revisados. kkkkk
Já na motocicleta não podemos ter o mesmo conforto então vamos ao que funcionou e ao que não. No caso do Valdeci os baús da moto entraram um pouco de água,já no meu caso,minha bota Alpinestar de ultima geração e de última moda da coleção encheu de água nos primeiros 50 Kms de chuva e para minha sorte a tecnologia foi tanta que a água começou a sair por um dreno, ( o Tiozinho que preencheu nossa saída do Peru riu muito quando eu tirei a bota torci a meia e xinguei pra cacete )  meu MP4 Walkman não aguentou a chuva e acabou me deixando na mão. Consegui salvar portanto a carteira e o Celular que foram colocados nos baús estes que não entraram água por conta da vedação como a do Valdeci, mais por conta de um buraco aberto pela caloria do escapamento da moto. (isso será discutido com o fabricante Givi ).
Por conta da desorganização, perdi ainda a bateria da minha máquina fotográfica e fui salvo pela competência dos meus amigos Roberto, Adilson Robson e Luciano que conseguiram captar perfeitas fotos com suas câmeras de última geração. No caso do Robson, uma câmera que comprou pra dar de presente pra filha tem até visor para self, um luxo. kkkkk

O trajeto e kilometragem:

Este item foram fundamental e muito bem estudados e segundo minha ótica 97% foi de acerto. Podemos considerar que na história de nossas viagens, esta foi a mais técnica e complicada de ser cumprida, tivemos alguns poucos problemas com hospedagem o caminho e o tempo de espera, teve que ser seguido conforme o que planejamos pela falta de estrutura das cidades ( principalmente fora de nosso país). A quilometragem foi seguida à risca e não deu margem para adiantar ou atrasar um dia sequer.

As Dificuldades:

O que já imaginávamos foi a questão da altitude, esta foi vencida com muito custo, pudemos sentir os efeitos da altitude quando ingressamos na Bolívia e apenas na saída do Peru após a descida da cordilheira, pudemos respirar enfim aliviados. Os hotéis possuem tambores de oxigênio mais na maioria das vezes estão vazios, o remédio sugerido foi de bastante valia, mais mesmo assim os mais despreparados sofreram sem parar. O nariz fica seco e ao assoar pedaços de sangue saem das narinas, os lábios completamente rachados e a pele seca.

A falta de ar é muito grande e os veículos também sentem a dificuldade na queima do combustível e a fumaça que emitem chegam a ser  irritantes, o ar falta e a poluição é muita, principalmente, nas grandes cidades.

Os Países:

Paraguai, tem uma beleza muito interessante, porém parece que parou no tempo em 1970, tudo é muito antigo e muito pobre, a beira das estradas e as pequenas cidades por onde passamos deixa isso muito evidente.

Argentina na parte Sul, já é mais bonita são pontes mais modernas construções e veículos mais atualizados. o que nos deixa perplexos é a policia das estradas que são, extremamente, corruptas e querem tirar dinheiro a todo custo inventando as mais esfarrapadas desculpas.Todas exigências foram cumpridas não deixando margem questionamentos e quando olhavam para o engate da Nissan daí era um prato cheio, mais o Carlão ligeiro passava uma boa conversa e saía dando risadas.

Bolívia um país muito belo de paisagens que tiravam o fôlego e mudavam a cada curva ¨e quanta curva¨. São paisagens de vales montanhas e rios maravilhosos. O problema é quando chegávamos nas cidades aí podemos verificar o quanto são pobres e não gostam de estrangeiros nem fazem um pingo de questão de nos receber e ainda se puderem manter distância, melhor ainda. Tudo muito desorganizado, quando trocam o asfalto de uma rua ou rodovia, simplesmente deixam todo entulho na beirada do caminho e na maioria dos lugares faltam água. As construções são muito rudes e a maioria das casas são de barro. A topografia é muito estranha, as cidades são construídas em vales e existem muitas ladeiras e curvas. Vê-se que nem sempre foi assim, pois as construções mais antigas são de muito bom gosto e primorosa em seus detalhes. Grandes igrejas e Museus, marcam as cidades por onde passamos. Potosi, segundo um anúncio é o lugar onde mantem-se hotel e maior altitude. O trânsito é intenso e as buzinas não dão sossego, até mesmo para manobrar o carro tem dificuldade e o que costumamos buzinar  para alertar lá o fazem sem o mínimo pudor. Buzina-se para sair do semáforo, para o semáforo fechado, para o pedestre para o cachorro e até para a respiração.
Já La Paz, segue o ritmo parecido quando a palavra é desorganização, porém, tem uma construção muito interessante,  e o único lugar por onde passamos que pudemos ver algum sinal de desenvolvimento e riqueza. Tanto que fomos parar na zona sul e nos pediram U$ 350 por uma noite de estadia em um hotel, o que estava completamente fora dos nossos padrões.( mais que deu vontade deu. Rsrs). O transporte publico na Bolívia é muito utilizado através das Vans e Táxis, o que esqueceram foi um simples detalhe, pontos de embarque e desembarque, assim como os banheiros que são em qualquer lugar os passageiros embarcam onde estão na faixa da direita esquerda no meio e os motoristas não perdem uma. Não tem o menor problema em buzinar na sua traseira para que você dê passagem e em seguida dê uma fechada para conseguir um passageiro e ficar parado por alguns minutos fechando o transito de todo o bairro. Realmente um caos. Infraestrutura para visitantes nota 0.

O Peru a partir de onde entramos é totalmente diferente, percebe-se logo ao atravessar a fronteira e andar alguns metros, a forma com que fomos recepcionados também muda completamente apesar das fronteiras serem muito desorganizadas o povo gosta muito e alguns ainda gritam Brasileños. Muito legal.
Fomos para Puno uma cidade que apesar de parecida com as da Bolívia é muito mais organizada, ( porém com a mesma mania das buzinadas ). O lago Titicaca realmente é muito bonito, não fomos fazer um passeio de barco, mais ficamos um dia todinho contemplando sua beleza e arriscamos uma volta em sua beirada para sentir sua energia.
Cusco nos deu uma boa impressão assim que chegamos, uma paisagem na entrada da cidade deixou todos com água na boca, os restaurantes e bares da entrada da cidade deixam em exposição umas pururucas de porco que chegar a 50 centímetros quadrados e arrisco dizer que algumas são ainda maiores, todas muito bem acondicionadas em expositoras de vidro fazem muito sucesso. O trânsito como sempre intenso e mais uma vez nos perdemos uns dos outros e ficamos quase 3 horas para nos acomodar no hotel e nos reunir.
Passada a primeira impressão o restante foi só alegria. Andamos muito, o dia todo, fizemos um excelente passeio e por lá pudemos fazer algumas compras e comer um bom prato de truta.
Quando for a Macchu-Pichu e tiver com pressa contrate um pacote com antecedência, no nosso caso tivemos que esperar um dia para conseguir uma passagem de trem  e o retorno apenas para dois dias depois e ainda 5:00 da manhã. Este é um passeio que realmente valeu a pena, como já comentei em outro post vamos á frente. Existe uma vale no caminho de Cusco que chama-se Vale do Collca que a tempo atr-as eram avistados  Condores que são um dos símbolos da região nestes vales podemos encontrar um rio maravilhoso que banha todo o entorno com a água que desce do derretimento do gelo da cordilheira. A Cordileira Peruana é maravilhosa, e apesar da pouca neve por causa da época do ano contempla uma paisagem digna de um porta retrato.Assim como a beleza da cordilheira logo abaixo encontra-se a Amazônia Peruana, uma área completamente preservada e muito bonita como vemos pouco aqui em nosso país.    

Ao adentrar no Brasil já respiramos aliviados pois além de estar em nossa terra ainda fala-se nosso idioma uma tremenda coincidência. kkkkk
Brincadeiras à parte o povo é muito mais bonito e as mulheres já tem uma beleza diferente, principalmente porque estamos acostumados com a beleza das nossas mulheres e a nossa preferencia nacional  que não vimos em nenhum dos países por onde passamos.
Apenas uma comentário rápido, tivemos uma bela impressão de Rio Branco onde pudemos comer um excelente peixe na beira do rio e ainda ouvir uma seleção de músicas no nosso idioma.
Em Porto velho podemos dizer que todos foram muito receptivos conosco, em Mato Grosso demos um trato nas motos e trafegamos por uma área que existem a mesma quantidade de Carretas Bi-trem do que de Buracos nas estradas. Mato Grosso do Sul, estradas muito bem cuidadas, São Paulo então...um exemplo de organização porém com todos os pedágios que temos direito.


Considerações Finais e números da Viagem:


Rodamos por 5 Países, incluindo o Brasil,
23 dias de viagem;
8000 fotos e vídeos registrados em 90 Giga de memória;
Foram 9.905 Kms rodados;
2.260 Litros de Óleo Diesel;
1.320 litros de Gasolina;
17 hotéis diferentes;
6 000 litros de cerveja;
88.268 ultrapassagens;
16.000 curvas onde várias delas em forma de ferradura;
2 motos que tombaram;
1 retrovisor quebrado;
200 dores de barriga;
Uma roda da moto amassada;
Um pneu furado;
Um galo na cabeça que dói ate agora;
Um urubu morto, por causa do atropelamento e os demais mortos pelo fedô de %¨$TA.
Algumas pedradas no para-brisa e inúmeras nos capacetes;
Uma cumplicidade que jamais poderá ser explicada;
Uma lembrança que durará para sempre;
Uma amizade que resiste ás maiores diferenças;
Um amor pelos que ficaram que supera qualquer barreira e uma saudades que chega a doer no peito;


Na próxima: 

Corrigiremos todos os erros, 
Conviveremos com todas diferenças;
Levaremos todas as roupas que levamos a mais;
Levaremos todos que quiserem ir e que pudermos carregar;
Só restando uma certeza;
A certeza que deixaríamos nosso sofá e o aconchego dos nossos lares o amor de nossas famílias e que começaríamos tudo de novo.


Abraços e Beijos a todos, as fotos postamos assim que possível

Até a proxima,


Ale Crippa
Carpe Dien
Envelhecendo na Estrada e Loks / 2014.



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4 comentários:

  1. Muito bom este post , rico em informações e com uma finalização hilaria e emocionante. Amo muito você!

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  2. Foi, a viagem difícil, complicada, contando com a cumplicidade dos participantes, alegria contagiante, com cada um cuidando do outro, com muita segurança e conforto valeu.
    Adilson

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  3. Parabens a todos vocês, grandes aventureiros e desbravadores. Seguramente usarei algumas dicas desta viagem para realizar a minha primeira, que será em Dezembro de 2015. Um forte abraço e Deus ilumine os sempre.

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  4. muito bom, muito bom, dá gosto de ler, é como s eu estivesse lá, vivendo ou revivendo tudo.

    qto ao meu comentário ... veja Crippa, existem algumas verdades irrefutáveis e uma delas é q eu sempre estou certo kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

    agora aguarda a minha rs.

    em breve vou fazer 1 xurras na laje p vc nos dar toques (verbais, q fique claro).

    abraços do fã

    cezinha

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